29 de jul. de 2011

Melancholia

Poderia ser mais um filme sobre o fim do mundo, um tema tão popular hoje em dia.
No entanto, é um filme do Lars Von Trier,  e como tal, tem muito o que falar. E pensar.


Mas principalmente sentir.


O filme é dividido em duas partes e conta a história de duas irmãs. Uma é extremamente racional e calma, enquanto a outra é totalmente passional e sofre de uma espécie de depressão. O filme relata a reação das duas frente à possível colisão do planeta Melancholia com o planeta Terra.


À parte a história, o que mais chama minha atenção no cinema de Lars Von Trier é a sua capacidade e talento de fazer de um longa metragem uma obra de arte. O filme é composto por cenas que poderiam ser enquadradas com  uma bela moldura, ou ainda pode-se fechar os olhos e apenas ouvir a sinfonia que embala todo o desenrolar do filme, ou por fim, como outros diretores contemporâneos, sentir na pele todo o medo, a melancolia e depressão que envolvem as personagens.


Um filme como o Melancholia deve ser admirado no cinema, do mesmo modo que admiramos um Van Gogh no museu. É necessário o ambiente propício para que toda a experiência estética provocada pelo filme seja apreendida. Assim como não temos a mesma experiência ao ver Van Gogh na tela do computador, ou em livros de arte, o novo filme de Lars Von Trier não deveria ser visto em casa.


Fica a dica para o fim de semana.
O filme é maravilhoso. De sair com o coração preenchido daquela sensação que ninguém ainda deu nome, mas que todos conhecem..


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28 de jul. de 2011

Limites??

Quando a arte rompeu com todos os limites que pudessem existir, infinitas formas de expressão ganharam lugar no mundo, e no coração das pessoas.


Não existem mais barreiras, tudo é valido. A criatividade é ilimitada. 


E nesse contexto ha espaço para toda forma de expressão pessoal. 


Além dos pintores e expositores que um dia ainda pretendo falar sobre, surgem cada vez mais musicos que não conhecem o significado da palavra impossivel. A popularização da Arte é um presente e quase uma exclusividade da nossa geração. 


Foi-se o tempo em que a musica classica e seus instrumentos especificos eram privilegio de uma classe.
Deixo a dica de uma banda (entre tantas nessa linha) pouco conhecida, mas que me chamou demais a atenção  pela simplicidade e alta qualidade de seus musicos. 




Assim como 'Beirut', 'Flogging Mollie', 'Arcade Fire', 'Apocalyptica', 'Les Pascals' e muitos outros, é o violino e o contrabaixo saindo dos limites dos "Theatros Municipais" e indo para  o mundo.


27 de jul. de 2011

I'm Going to Mark You

"Remember I'm going to mark you, it is my great pleasure to reward real effort, it is my great pleasure to punish stupidity, laziness & insincerity. These marks wont make much difference in your later life, but my reaction to you will, but the reaction of your classmates to what you do, will". Paul Thek


Não conhecemos nada além de nós mesmos. Mesmo nossos pais, ou amigos mais íntimos. O que conhecemos deles é apenas as impressões que eles nos deixam.

Só eu sou capaz de dizer e/ou conhecer o que acontece dos meus olhos para dentro. E só você é capaz de dizer o que acontece dos Seus olhos para dentro. Tudo que o outro faz ou diz, é interpretado pelo seu interlocutor.
Tudo, absolutamente tudo que existe no mundo é interpretação. É a sua visão,     a sua leitura e a sua interpretação.

Por isso não existem verdades universais. Cada grande texto, de cada grande homem que já tivemos contato, foi simplesmente a expressão de seu modo de ver o mundo. Visões originais, de seres pensantes (e não copiantes), que foram capazes de influenciar outras visões. Mas ainda assim, visões pessoais.

Spinoza tinha uma teoria, a de que tudo no mundo é uma coisa só. Uma única forma de existência, modificada em infinitas formas de vida. E cada forma de vida é conectada à outra, e dependente dela para viver. Segundo Spinoza, todos esses corpos estão em constante contato, e cada contato deixa uma marca, em nós e no outro corpo. E é através dessas marcas, que nossa mente compreende o que está ao redor de seu corpo (afinal, o corpo não pensa, só sente. E cabe à mente traduzir as sensações em idéias).

Portanto, quando Paul Thek afirma que irá deixar marcas em seus alunos, ele de fato as deixará, assim como também será marcado por cada aluno seu. Objetivamente essas marcas que deixamos nos outros em nada nos muda, mas subjetivamente, a cada marca deixada fica uma recebida. E é essa marca recebida que nos faz conhecer melhor o mundo e a nós mesmos.

Mas por que conhecer melhor a nós mesmos?
Porque, se o nosso corpo não recebe marcas externas, nossa mente não faz idéia (literalmente) do que existe materialmente. Só aprendemos quem somos nós e quais nossos limites quando lidamos com os outros e fazemos comparações. Se não houvesse espelhos (o outro), você saberia dizer qual a sua aparência?
Se não houvesse outros pensamentos, você saberia dizer o que pensa?

Se não houvesse outros seres, você saberia dizer se existe?

24 de jul. de 2011

A Delicadeza do Amor

The Nightingale and The Rose


Uma das formas mais sutis e detalhadas de explicar o amor.

Oscar Wilde, grande escritor irlandês do século XIX. Sua sensibilidade em expressar o sentimento humano, e sua delicadeza com as palavras fizeram dele um dos mais importantes poetas atemporais.

The Nightingale and The Rose é um conto. Descreve a angústia de um menino apaixonado, perdido em devaneios durante uma fria noite de inverno. No entanto, como o título sugere, o menino apaixonado é apenas um menino. Aquela personagem que nos faz identificar e querer ler o resto da história. Mas quem dá vida e cor ao conto, é o pequeno Nightingale, um Rouxinol.

O pássaro simboliza a fragilidade e a devoção de todos os apaixonados. Ele dá sua vida em troca da rosa mais bela e vermelha que a roseira pode gerar. Ele se sacrifica por amor ao menino apaixonado.

A delicadeza e dedicação dessa pequena e frágil, porém determinada, ave, resume em linda narração a origem e os anseios dos enamorados:
O amor, tão belo e tão frágil como uma rosa; que exige  tempo e dedicação para surgir.
O enamorado, tão desesperado e dedicado como o pequeno rouxinol, que está designado a abrir mão de sua vida para que o amor esteja presente.

E ambos envolvidos em uma sociedade materialista e superficial, que, mesmo permitindo alcançar o amor àqueles que profundamente o desejam, não cansa de soprar o inverno frio, metálico e cinza que rouba o calor último do coração até mesmo dos mais empenhados.



Oscar Wilde é uma leitura obrigatória. Abre nossos olhos e enche nosso peito de um sentimento inexprimível. É a rosa vermelha que insiste em brotar no inverno frio e rigoroso em que vivemos.


Caso queira comprar, fica a dica e o link aqui.
Boa leitura. 

14 de jul. de 2011

Minha Vida em Números






25 anos de idade
5 meses pra começar e terminar o TCC
2 anos solteira
5 anos morando sozinha
5 empregos
1 mês no mais novo
6 meses no anterior
E no anterior
3 pessoas em casa
2 gatos
2 cidades
3 casas
15 amigos
249 segundo o fb
2 irmãos
20 e 22 anos de idade
3800 músicas no iTunes
9 dias de musica
50 filmes baixados
4 dias de filme
7 dias na semana
5 no trabalho
2 em casa
8 livros na cabeceira
1548288 minutos em média pra ler
4 horas de internet por dia
1460 horas por ano
32 horas por mês com os amigos
384 horas por ano
3,8 vezes menos horas com os amigos
3,8 vezes mais horas na internet
960 horas por mês no trabalho
144 livros lidos
3 viagens internacionais
2 continentes
23 anos de consciência
2 anos de... Escuro?
3 grandes perdas
10 grandes ganhos
Em 25 anos

Como será quando tiver 75? Será tudo isso multiplicado por 3?
Ou em algum momento, passamos da multiplicação para a divisão?

Em alguns pontos os números aumentarão drasticamente... Em outros, só não irão a negativo por impossibilidade física.

Li um texto do Paul Thek que ele distribuía a seus alunos. Normalmente não nos questionamos sobre nós, ou mesmo sobre nossas vidas...
Nesse texto, Thek forçava cada indivíduo naquela sala de aula, a, no mínimo, parar para pensar sobre suas convicções. E quem sabe, mudar, ou tornar-se consciente de suas escolhas.
Deixarei o link aqui, caso alguém tenha a curiosidade, e a coragem, de se colocar contra a parede.

Vale a pena tentar responder. É um exercício de consciência.
Coisa que hoje em dia, está escassa.
Afinal, você vê... Mesmo questionando minha vida em números, não citei em nenhum momento o tempo gasto com questionamentos. Pessoais ou não.  Pelo visto os outros números são mais importantes.
Mas isso não é verdade. Tem quem nunca nem mesmo se dê conta do tempo que passou. Tem quem nunca se dê conta de si mesmo. Ou dos outros.

Vale a pena colocar sua vida em números, e perceber qual a importância que está dando a determinadas coisas fúteis em detrimento de outras fundamentais.



9 de jul. de 2011

Reflexos da Noite

Um momento em que acredita ter todas as respostas. Ou nenhuma. E no caminho, entre as duas opções, encontra-se perdido.
Eis que a vida, como um golpe de sorte – ou será destino? – cruza seu caminho com o de outras pessoas. Pessoas essas que estarão presentes por um minuto; ou por uma década de sua existência. O que faz com que elas permaneçam por mais tempo?
Interesses?
Uma boa conversa?
O acaso?
Química?

O fato é que elas ficam. E se ficam, é porque evoluem, crescem, acompanham o tempo que passa. E assim também ocorre com você; que evolui, cresce e segue o tempo. Que não para.

Caminhamos. Trilhamos nosso caminho, indo de um extremo ao outro sem, no entanto, esquecer-se de atentar sempre o meio. Mas parece-me agora, que não há um caminho linear. Mas talvez uma rede. Uma teia que faz com que o seu caminho tenha inúmeras direções corretas, inúmeras chances de encontrar aquela pessoa. Aquela que estará contigo por um minuto. Ou por uma década. Não sabemos qual eixo da teia ela irá escolher. Nem o que essa escolha irá acarretar. 

Não importa.

O que importa é que ela esteve lá. E estiveram juntos porque em algum momento, tomaram a mesma decisão (ou decisões opostas?), e acabaram no mesmo ponto dessa teia. Juntos. Mesmo que por um minuto. Ou meio século.

E se juntos, optaram por seguir o mesmo caminho – ou ainda, de objetivar um ponto mais distante no qual pudessem estar juntos – é porque algo aconteceu.
Interesses? O acaso? Química?


Não importa.