No entanto, é um filme do Lars Von Trier, e como tal, tem muito o que falar. E pensar.
Mas principalmente sentir.
O filme é dividido em duas partes e conta a história de duas irmãs. Uma é extremamente racional e calma, enquanto a outra é totalmente passional e sofre de uma espécie de depressão. O filme relata a reação das duas frente à possível colisão do planeta Melancholia com o planeta Terra.
À parte a história, o que mais chama minha atenção no cinema de Lars Von Trier é a sua capacidade e talento de fazer de um longa metragem uma obra de arte. O filme é composto por cenas que poderiam ser enquadradas com uma bela moldura, ou ainda pode-se fechar os olhos e apenas ouvir a sinfonia que embala todo o desenrolar do filme, ou por fim, como outros diretores contemporâneos, sentir na pele todo o medo, a melancolia e depressão que envolvem as personagens.
Um filme como o Melancholia deve ser admirado no cinema, do mesmo modo que admiramos um Van Gogh no museu. É necessário o ambiente propício para que toda a experiência estética provocada pelo filme seja apreendida. Assim como não temos a mesma experiência ao ver Van Gogh na tela do computador, ou em livros de arte, o novo filme de Lars Von Trier não deveria ser visto em casa.
Fica a dica para o fim de semana.
O filme é maravilhoso. De sair com o coração preenchido daquela sensação que ninguém ainda deu nome, mas que todos conhecem..