27 de jul. de 2011

I'm Going to Mark You

"Remember I'm going to mark you, it is my great pleasure to reward real effort, it is my great pleasure to punish stupidity, laziness & insincerity. These marks wont make much difference in your later life, but my reaction to you will, but the reaction of your classmates to what you do, will". Paul Thek


Não conhecemos nada além de nós mesmos. Mesmo nossos pais, ou amigos mais íntimos. O que conhecemos deles é apenas as impressões que eles nos deixam.

Só eu sou capaz de dizer e/ou conhecer o que acontece dos meus olhos para dentro. E só você é capaz de dizer o que acontece dos Seus olhos para dentro. Tudo que o outro faz ou diz, é interpretado pelo seu interlocutor.
Tudo, absolutamente tudo que existe no mundo é interpretação. É a sua visão,     a sua leitura e a sua interpretação.

Por isso não existem verdades universais. Cada grande texto, de cada grande homem que já tivemos contato, foi simplesmente a expressão de seu modo de ver o mundo. Visões originais, de seres pensantes (e não copiantes), que foram capazes de influenciar outras visões. Mas ainda assim, visões pessoais.

Spinoza tinha uma teoria, a de que tudo no mundo é uma coisa só. Uma única forma de existência, modificada em infinitas formas de vida. E cada forma de vida é conectada à outra, e dependente dela para viver. Segundo Spinoza, todos esses corpos estão em constante contato, e cada contato deixa uma marca, em nós e no outro corpo. E é através dessas marcas, que nossa mente compreende o que está ao redor de seu corpo (afinal, o corpo não pensa, só sente. E cabe à mente traduzir as sensações em idéias).

Portanto, quando Paul Thek afirma que irá deixar marcas em seus alunos, ele de fato as deixará, assim como também será marcado por cada aluno seu. Objetivamente essas marcas que deixamos nos outros em nada nos muda, mas subjetivamente, a cada marca deixada fica uma recebida. E é essa marca recebida que nos faz conhecer melhor o mundo e a nós mesmos.

Mas por que conhecer melhor a nós mesmos?
Porque, se o nosso corpo não recebe marcas externas, nossa mente não faz idéia (literalmente) do que existe materialmente. Só aprendemos quem somos nós e quais nossos limites quando lidamos com os outros e fazemos comparações. Se não houvesse espelhos (o outro), você saberia dizer qual a sua aparência?
Se não houvesse outros pensamentos, você saberia dizer o que pensa?

Se não houvesse outros seres, você saberia dizer se existe?

2 comentários:

  1. Não sou existencialista, mas acho interessante a visão de existencialistas em geral... Existo, logo penso ?

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  2. Parto do seguinte princípio: existo, logo existo.
    Essa dicotomia corpo e mente surgiu com Descartes, antes dele, corpo e mente eram unidos, inter-relacionados.
    Não importa se você pensa, ou se existe. O que importa é o que você faz com o que sabe..

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